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Não, eu não estou falando daquele documento que você carrega em sua carteira, ou bolsa, estou falando de quem você é essencialmente, que mesmo que superficialmente possamos perceber em sua aparência e forma de se vestir, na realidade está em você independente do que possa ser visto exteriormente.
Identidade por tanto, embora tenha haver com o nosso caráter vai muito além disso, pois fala da nossa individualidade desenvolvida que, influenciada pelo ambiente que vivemos, cada pessoa possui ou pelo menos deveria desenvolver suas peculiaridades, quer sejam estas inconscientes ou não.
O fato é que neste ponto que encontramos uma grande crise de personalidade, na qual muitas vezes devido ao pouco conhecimento e autoanálise, não percebemos que pouco do que somos realmente escolhemos. Não estou aqui falando de uma boa desculpa para continuar caminhando vítima da sociedade, através da mídia, pais, professores e amigos, como se estes tivessem definido determinantemente as nossas escolhas, muito pelo contrário.
A alienação e o entendimento do que esta realmente significa é a grande questão; pois ser alienado não é apenas seguir o que os outros dizem sem questionar, ou acreditar no que uma grande massa acredita, pois muitas vezes o que a maioria acredita pode estar correto, da mesma forma pode ocorrer com uma minoria correta em suas ideologias. Maioria, minoria, títulos para tratar de determinados assuntos, não deve ser a nossa base formuladora de opinião, e consequentemente gerar nossa identidade.
Alguns dias atrás, na universidade onde estudo, surgiu uma discussão saudável em sala, a respeito da recepção dos jovens no mercado de trabalho; nesta conversa muitos assuntos estavam em questão, mas quando fui questionado pelo professor, ao iniciar a minha fala, pretendia discorrer rapidamente sobre a sociedade individualista, que por vezes acredita que a sua identidade própria está em fazer o que quer na hora que quer, em ir ao trabalho de chinelo e bermuda, a final de contas sou moderno, sou único; como se apenas ela usasse bermuda e chinelo.
Era apenas uma introdução, porém, o assunto voltou-se para este lado quando continuei a ser contestado pelo professor, certamente não estou dizendo que andar de terno e gravata possa também me proporcionar uma identidade próprio, a minha ideia era e é, apenas salientar o entendimento de que a sociedade pós moderna muitas vezes está mais preocupada em tirar o terno e facilitar os horários no trabalho, do que realmente desenvolver uma identidade própria e influente na qual aonde você estiver mesmo que com muitas outras pessoas com currículo e  roupas semelhantes, o que você é, a sua personalidade venha aparecer, transformando tudo ao seu redor.
Do ponto de vista bíblico é interessante notarmos que Deus, embora tenha inspirado a Bíblia sagrada, de forma que possamos confiar nela, podemos perceber a individualidade dos autores bíblicos. Deus nunca desejou que fossemos como robôs ele nos criou individuais, com capacidades próprias para cumprir o Seu propósito, como embaixadores do Reino de Deus sobre a Terra.
Talvez alguém pergunte: Mas não devemos ser como Jesus? Obviamente que sim, porém, isto não exclui nossas individualidades, devemos ter o caráter de Cristo que é o amor (ágape), deixar o pecado mediante a fé pela graça e seguir rumo à perfeição. Podemos ver um pouco disso na primeira carta de Paulo aos Coríntios no capítulo doze, aonde é descrito claramente que sendo  Corpo de Cristo cada um deve perceber o seu propósito e atuar segundo o seu chamado.
Em I Pedro 2:5, o Senhor nos ensina através do Apóstolo Pedro dizendo:

“Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”

            Como Cristãos, precisamos entender que o Senhor deseja implantar em nós seu caráter, sem retirar nossas individualidades, as quais ele mesmo colocou para que o Reino de Deus seja estabelecido nas mais variadas áreas da sociedade onde eu ou você estivermos. Mas para isso, precisamos passar por uma renovação mental não nos conformando com este mundo, como lemos na epístola de Paulo aos Romanos; necessitamos realmente entender nossa identidade em Cristo, descobrindo o grandioso potencial que Ele colocou em mim e em você.
              Paulo em Efésios no capítulo um no versículo dezenove, faz uma oração na qual ele não pede que o Senhor nos de um chamado, uma herança, ou autoridade, mas sim que iluminados sejam os olhos do nosso coração, que recebamos espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento  Dele, ou seja, que entendamos o que temos e somos em Cristo.
              Jesus disse que somos a luz do mundo, a qual não deve estar escondida para realmente iluminar; da mesma forma somos nós, precisamos influenciar onde estivermos. Primeiramente com a presença do Espírito Santo, deixando que a identidade moldada pelo caráter de Cristo apareça, a qual não é alienação, aceitando qualquer coisa que ouve, ou sendo teimoso a ponto de não aceitar algo mesmo que esteja evidente diante de nós, mas sim ponderando, retendo o que é bom, desenvolvendo uma opinião direcionada pelo Senhor sem parcialidade.

              Se você está lendo este texto, e muitas coisas lhe parecem confusas, principalmente por ainda não crer em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e salvador de sua vida, recebendo a certeza da vida eterna, desejando saber o grande projeto que Deus tem para a sua vida, despertando a sua identidade, moldada por Cristo, convido-o a falar com o Senhor aonde você estiver, arrependendo-se de seus pecados e pedindo em o nome de Jesus que o Espírito Santo encha a sua vida, fazendo com que este desejo torne-se realidade. Aos demais, reflita e que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos.  



Por: Lorean Cleverson Severino
(Líder de jovens e ministro de louvor.
Formado em teologia, pela ETMI - Escola de 
Treinamento Ministerial Integral)